sábado, 13 de junho de 2009

1.3 O MEU

Tinha acreditado que por hora, teria arrebentando com todas as amarras que rodeiam. Aquelas que as pernas as deixam zonzas e fazem parar e sentar, baixar a cabeça, que geram uma leve irritação, e riso de canto de boca, quase que bandido, fugido, flagrado, apenas pela informação constante da própria cabeça baixa, que instintiva, balança quase que num ‘frenesi neurótico’ repetente e ébrio.


Algo interrompe o disparo, pisca-se os olhos lentamente, e muda a direção.


Silêncio, era o que se ouvia poderia achar, se isso fosse possível, impossível! Nada passava, nada caía, nem janela mais abria... segundos, minutos, horas, dias, meses, e ficou sem ser, sem estar...


Catatonia... e silêncio... e as amarras... acorda que o sinal fez o Sol mandar o frio pra mais perto do Sul... possíveis lembranças dessa parte da estrada? Já não sabe quando, já sabe o ano...


Enfim, amarras desfeitas, pernas soltas, frágeis, inseguras e sem forças... assim se prepara, pois o quem tens, é meu...


Escrito entre 08:55 e 09:01am

13junho2009

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

1.2 O SEU

Nunca uma idéia partiu, cedo... Antes, agora seu.

Segredo desvendado, amigo desmascarado, jogo da forca, prenda, sorte ou azar... compreensão.

Linda manhã, chove... vem o sol, chove... e mais sol, o calor vem para matar... saudades, saúde, seiva, selva, sul, sistema e pule, letra ‘T’... teimosia...

Capaz de se aventurar, corpo, trilhas, e suas saídas. Novo alvo, fantasma, que transpassa a linha da qual a sombra aos meus olhos acompanha, apanha, como lenço no ar, rápido, violência, gesto de quem odeia, o véu, o vil, o vento, o velho, e pule, letra ‘X’... xiita...

Manhãs não se resolvem, assim, ao acaso... trate de trazer sua trena, para medir com a certeza do que é o seu, já és... nem sou... pássaros... meus momentos de cor estranha, arranha, pele, tecidos, e unhas curtas...

Aliás, aproveite esse ensejo, de que não mais escolherás os livros, fotos, frutas e quadros... quadros... todos os quadros... já dificultam nosso complexo sistema de rejeição... troco, sujo, morto, pó ou ausente... referências do tempo.

Aonde irão, perguntam! Respostas, aqui não mais...

Contínuo acompanhamento, movimentos seus, perto, mais perto, muito perto... retirada, abandonando o campo visual... sombras... ainda insistente em voltar... balançando a cabeça, sentiu-se perdido... dèja-vù... que sentimento é esse? Desapego, lento... todos a sentir, o seu, o movimento, espalhado, arrastado...

Souberam que olhando para cima, outra janela se abriu, quem diria... mas não por recado ou vontade... veio retirar sua presença... ficando ali, exposta, fratura, aos restos, aos ratos, e estranhos, que por onde passa a observa... fotos, e quadros... a luz, pisca, mariposas, pisca, de baixo, observa as sombras, desta vez no alto, no teto... movimentos, rápidos, e vultos lentos...

Já não sem tempo, zangado, zelo, zero, zás, ziguezague, zumzumzum, zumbido, zunir e pule... volte ao início... janelas e sombras.

Todos os momentos, todos momentos, o seu...

Escrito entre 09:05 e 09:33 am
em audição repetida das canções 'Cortes na Praia' e 'Praia em Cortes'
http://www.myspace.com/ruidopormilimetro
24janeiro2008

sábado, 8 de dezembro de 2007

1.1 O TEMPO

Nunca existiu. Dor, sentimento vago, profundo, poço de almas limpas, criança. Dança incompleta, música lenta.

Levantou-se, acreditou que poderia olhar em teus olhos. Virou-se. Cama já vazia. Aonde está? Pensamento longo... pensou no que poderia acreditar, porque? Nunca mais voltar? Porque? O que fez separar de ti, meu vinho... se do amor partiu, aonde mais você dormiu?

Já sentado, declinou, correu, abriu duas, três, quatro, cinco portas, chegou sem querer ter ido. A água escorre, friamente, como o momento que restou, frio... aonde os olhos me deixaram a acreditar, todas as danças, todas as músicas, agora não cabia explicação, era preciso lutar para abrir os braços, e tentar enxugar o rosto, dura tristeza, coisa que não retarda.

Passa ao corredor, escuro, reflexo do que iria ter que enfrentar. Aonde vão seus olhos? Passo arrastado, quase lento, quase morto. O teu presente era uma flor, queria entregar ela em cores, pensava...

Nas paredes, quadros, família, paisagens, recordações. A ti nada faz sentido, em mim tu afogou todas saídas, mas a chance é igual a herói de quadrinhos, sempre tem um superpoder guardado, e é nisso que todo mortal acredita ou quer acreditar. Espera-se que teu superpoder não venha tarde, pensava...

Queria acreditar, que isso não passava de um blefe, da tua incerteza, da tua inocência, de teus movimentos. Talvez por isso, nunca tentou justificar a ausência como santa, rezando, queria-se mais, te aguardava, sem nunca ter deixado de em ti acreditar, mas sem nada poder esperar, pois já não viam traços iguais em suas promessas. E isso o corroia, como ácido, e não há remédio que amenize essa cicatriz que ali exposta pede ajuda...

Só o tempo pode nos salvar!

Escrito entre 11:00 e 11:29
08novembro2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O CRONOGRAMA

1.1 O TEMPO
1.2 O SEU
1.3 O MEU
1.4 O LADO
1.5 O MEIO
1.6 O INTEIRO

2.1 A VIDA
2.2 A LUZ
2.3 A IDA
2.4 A PAZ
2.5 A PERDA
2.6 A VINGANÇA

3.1 TUDO
3.2 TODOS
3.3 PÉS
3.4 MÃOS
3.5 AREIA
3.6 SOL

4.1 FERVER
4.2 PODER
4.3 SUAR
4.4 CORRER
4.5 PASSAR
4.6 A(R)MAR

5.1 O FIM
5.2 O INÍCIO
5.3 O MEIO

6.1 O TEMPO (II)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A INTRODUÇÃO


Resolvi brincar, escrever e divagar. Esquecer que em quanto exista o tempo, tudo pode ser resolvido. Só, e assim escrevo. Assim, faço por aqui uma narrativa, uma novela ou seria um jornal? Escrevo, o que por hora pode ser útil, sem sincronia, sem medir, sem pressa, apenas apreciando o desenrolar de um fato, dissimulado, uma separação, uma reconciliação, uma morte ou perda, um renascimento, um simples ‘flashback’, um ‘dèja-vu’!

Não quero criar nenhuma espécie de indulto ou fatos meramente coincidentes com a ficção. Não sou patrão, não sou escravo, nem quero ser Presidente, apenas que minhas palavras possam ser lidas, e por si só compreendidas. Não vou passar sermão, ou linha reta, quero apenas escrever...

Por si, deu para entender que nada que eu escreva possa se tomar a sério, mas o que é isso? Diria um amigo meu: “-Isso é um nada, com uma paisagem atrás!”, muito bem, muito bem...

Ah, quero tentar explicar então, e só agora, as linhas acima. O que vem é uma farsa, ou seja, a trama, é uma farsa, por vez, citam-se nomes e locais, mas não é esse o intuito, cria-se um clima de perpetuação, de espaço, de ano ou hora. Para trama, é colocado um personagem, sem idade, aparentemente só, que destila em sua vida, um fato raro, o de tentar colocar fim, ao início.

Complicado? Bem, não sei, mas tentaremos fazer que com tudo isso, você ainda sinta-se bem, ok? Não há dia! Não esqueça! E tudo será resolvido em longas palavras ou textos memoravelmente curtos e críticos, ou palavras soltas.

Mas tudo existe, existe o começo, e o desenrolar do meio e existirá o fim, promessa feita!

Então, bem vindos...




Quem inventou o tempo?